17 de ago. de 2015

ROCK X A CLASSE POLITICA



Nenhum outro estilo musical esteve ligado ao descontentamento politico-econômico-social como rock desde seus primórdios. É bem verdade que sempre houve um embate entre rock e politica, que desde sempre se mostraram como coisas antagônicas, um dos primeiros exemplos disso foi o estardalhaço que as apresentações de Elvis Presley causaram na sociedade americana dos anos 50. A dança sensual do artista foi tida como altamente prejudicial para a juventude da época, a ponto de em algumas apresentações na televisão a câmera só filmar o cantor da cintura para cima.



Mas foi através de letras compostas para canções de protesto que se delineou de forma bastante clara essa guerra entre o rock e a politica. Assim como água e vinho, açúcar e sal, água e fogo, o rock desde seus primeiros anos nunca compactuou com as erradas praticas politicas, quase sempre representou uma pedra no caminho do poder estabelecido. Um dos primeiros artistas a atacar veemente através de suas composições o status-quo foi Mr. Bob Dylan, nos primeiros anos de sua carreira algumas canções tratam conscientemente do tema. E uma das mais conhecidas é o hino de toda uma geração Master Of War:


Os Beatles logo depois também entraram na briga, na sua segunda parte dos anos sessenta, a banda havia deixado para trás a temática adolescente das canções e mergulhado em temas mais existenciais, nesse período Lennon & McCartney compuseram uma canção que deixou Brian Epstein o empresário da banda de cabelos em pé, Revolution era descaradamente um recado dos dois para o absurdo que representava a guerra do Vietnã, segundo alguns biógrafos começava nesse momento uma briga que duraria anos entre o FBI e John Lennon.



Na virada dos anos sessenta para os anos setenta, uma banda americana chamada MC5 considerada uma das primeiras bandas punk da história, lançaram Kick Out the Jams, que foi um álbum gravado ao vivo recheado de palavrões e ideias revolucionárias. Mais tarde no ano de 1977 com o surgimento do Sex Pistols no Reino Unido e do Punk de Nova York diversas bandas abraçaram a causa e produziram diversos álbuns escancarando criticas ferozes aos regimes políticos e uma parcela da sociedade careta e conservadora.












NO BRASIL

No Brasil a classe artística também travou diversas brigas com a classe politica desde os anos sessenta iniciando com o pessoal da Tropicália de Gilberto Gil e Caetano Veloso, o movimento tropicalista no seu cerne sempre foi um movimento de reestruturações estéticas e politicas também, haja vista ter surgido nos anos de chumbo da ditadura, onde alguns de seus integrantes chegaram a serem exilados em outros países. Numa outra vertente Raul Seixas e Paulo Coelho sofreram na pele a truculência de uma ditadura que sempre desconfiava de toda e qualquer movimentação que envolvesse ideias novas, que parecessem aos olhos da máquina repressora algo subversivo e transgressivo. Os dois também foram deportados para fora do Brasil nos anos setenta por terem iniciado o projeto de uma Sociedade Alternativa, onde os valores seriam invertidos, seria uma comunidade no centro do Brasil onde o advogado seria o não advogado, o deputado seria o não deputado e por ai vai.






Ainda nesse período um pessoal de Minas Gerais que ficaram conhecidos como a turma do Clube da Esquina, iniciou um movimento musical que tinha nas entrelinhas de suas canções diversas criticas ao regime ditatorial que assolava a nação naqueles anos. E no final da década e inicio dos anos oitenta o chamado Rock de Brasília explodiu nas rádios do Brasil inteiro com letras que descaradamente faziam alusão ao descaso político-social que o país passava desde o golpe de 64, bandas como Legião Urbana, Capital Inicial e Plebe Rude tiveram suas composições cantadas por milhares de jovens no território nacional, essas canções imortalizaram um período onde a nação inteira ansiava pela abertura politica e eleições diretas. O Brasil diferente de algumas nações pouco evoluiu em relação as suas práticas politicas, e desse período para cá poucas foram as bandas do dito mainstream nacional que ousaram meter a boca no microfone e produzir canções de protesto, muitos dizem que isso se deu pelo motivo da esquerda que em décadas atrás estava com a classe artística ter chegado ao poder. Essa mesma esquerda que sofria com a máquina repressora da ditadura militar e hoje se encontra alçada ao poder, não reprime mais artistas e a juventude em geral, porém causam danos incalculáveis a sociedade disseminando um mar de corrupção e vários outras práticas execráveis advindas de um gene maquiavélico dos tempos coloniais.











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