Existiram
no passado alguns eventos que de uma forma ou de outra foram responsáveis por
mudanças e indicadores de novos rumos na música pop. Foi assim com a explosão do rock'n'roll
trazida por Elvis e os outros astros do rockabilly, foi assim quando os Beatles
desembarcaram no aeroporto J.F. Kennedy em Washington D.C dando inicio a
Invasão Britânica. Depois com o desbunde californiano o que desencadeou tempo
depois no festival Woodstock. Na virada dos 60 para o 70 influenciados pela
chegada do homem a lua, músicos da Alemanha e outros países da Europa deram
inicio ao movimento do Rock Progressivo. Esses pontos de inferência
representaram com o passar dos anos esse vetor de mudanças, algumas delas não
só sonoras, como estéticas.
Em
meados da década de setenta David Bowie já havia colocada sua impressão digital
no mundo do rock, com uma série de discos que com o passar dos anos foram se
sustentando como uns dos mais importantes do inicio dos anos 70. Sua imagem
como artista iconoclasta já havia se espalhado por todo showbizz, as personas
interpretadas por ele nesse período como o famoso alienígena Ziggy Stardust que
ao chegar no planeta terra havia se tornado um astro do rock é um dos mais
conhecidos e festejados pela critica e pelos fãs até os dias atuais.
Por
volta de 1976 o artista morava em Los Angeles, vivenciando toda sua fama como
mega astro do rock, como era de praxe todos os astros da música daquele período
também tiveram que lidar com os problemas envolvendo substâncias químicas ilícitas,
festas regadas a muita cocaína, produções de discos, shows lotados, imprensa aos
seus pés. Tudo isso levaria o artista a um colapso nervoso-depressivo factual,
ao perceber a chegada dessa situação limite, David resolveu mudar de ares, algo
que o fez tomar a decisão de passar uma temporada em Berlim na Alemanha. Algo
que ficou conhecido como a fase Berlim de David Bowie.
O
músico se absteve das drogas e trouxe para fazer parte dessa nova fase de sua
carreira, o velho amigo e produtor Tony Visconti e o grande tecladista Brian
Eno ex-integrante da banda Roxy Music, há quem diga que Iggy Pop também esteve
passando uma temporada com David em Berlim nessa época, depois do lançamento do
genial "The Idiot" que fora produzido por David Bowie. Em 14 de
Janeiro de 1977 foi lançado um dos discos mais emblemáticos da carreira do
músico, Low possui em sua sonoridade muito do que o espírito do artista
conseguiu absorver da cidade de Berlim. O disco representa um mergulho no
underground, num mundo alternativo que era inversamente proporcional ao sucesso
almejado pelo jovem David Bowie na virada da década. Como disse algum critico
no período do lançamento "Um mar
petrificado por sons de sintetizadores" se referindo as camadas
sonoras imprimidas por Brian Eno durante todo o disco, o pulsar de um baixo elétrico
que em diversas músicas profetizavam algo que viria ser uma tônica poucos anos
depois, talvez o artista nem tenha se dado conta, mas com o lançamento desse
disco seminal, jogou luz em caminhos que seriam trilhados por uma nova leva de
músicos no inicio dos anos 80, mostrando que a música pop é bem verdade sempre
de tempos em tempos consegue se movimentar e mostrar estéticas sonoras
inéditas. Bandas como Joy Division, The Cure, Echoo And The Bunnymen e outras que fizeram parte do post-punk e da New Wave citam Low como
momento preponderante para o inicio de seus projetos sonoros.
Por Natan Castro
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