Por Natan Castro
Mais uma vez nos
apropriamos do uso das famosas listas para colocar lenha na fogueira das
polêmicas sonoras e resolvemos citar os dez hinos imortais do rock. A lista
segue uma ordem cronológica e usamos como critério a representatividade dessas
músicas até hoje no inconsciente coletivo dos fãs de rock’n’roll e da própria
música pop em si.
10.
Hound Dog (Elvis Presley)
Hound Dog foi uma
das primeiras músicas gravadas por Elvis a alcançar a marca dos milhões de
cópias vendidas. A primeira versão tristonha interpretada pela musa do blues Big Mama Thornton em nada se parece com
a interpretação de Elvis Presley. Com essa música o cantor divulgou a atitude
rebelde e libidinosa do rock nos meios de comunicação, em uma apresentação no
programa Milton Berle Show o rebolado
de Elvis causou diversos transtornos e onda de protestos por parte da sociedade
purista americana. Hound Dog de Elvis Presley além de um mega sucesso imortalizou-se
como símbolo de transgressão juvenil nos primórdios do rock’n’roll.
09. Like a Rolling Stones (Bob Dylan)
Hipnótica,
risível e poética, segundo o pai da criança a melhor música escrita por ele. Like a Rolling Stone ajudou aos fãs mais tradicionais a entender que o “mito”
não estava errado ao eletrificar sua música. Dizem que a letra foi inspirada
numa socialite decadente, alguns acreditam ser Edie Sedgwick a musa de Andy Warhol. A música ajudou a quebrar o
paradigma dos singles de um pouco mais de três minutos, chegou ao segundo lugar
nos Estados Unidos. Like a Rolling Stones é representativa na carreira de Bob
Dylan por representar dali pra frente uma forma arredia do mestre vislumbrar
sua carreira, estando sempre a margens de qualquer tendência ou direcionamento
sonoro imposto. Naqueles tempos antes de começar a tocar a música ao vivo pedia
aos músicos para tocarem o mais alto que conseguissem.
08.
Hey Jude (Beatles)
Segundo muitos a
música que melhor representa o conceito de música pop. Não há dúvidas uma das
músicas mais emblemáticas de todo o rock’n’roll. No reinado dos Garotos de Liverpool,
John era a atitude e rebeldia síntese do rock’n’roll, do outro lado Paul o
multi-instrumentista, o virtuose, músico intuitivo dono de uma tremenda
capacidade de criar melodias magistrais. Logo quando Paul apareceu com a letra John
desconfiou ser um deboche a sua pessoa, mas tempos depois ficou bastante claro
que “Jude” era uma alusão a Julian Lennon. McCartney sentiu-se incomodado com a
separação de John e Cinthia Powel e numa visita feita a Julian teve a inspiração
da linda melodia. Hey Jude se tornou um símbolo do inicio da Apple
chegando a ficar nove semanas no primeiro lugar das paradas americanas. É de
longe o single mais destacado dos Beatles.
07.
Stairway To Heaven (Led Zeppelin)
A música do
século. Para muitos a canção mais estonteantemente e linda do rock. A lenda
vaticina que diversos trechos foram retirados da fixação de Jimi Page pelas
ideias do bruxo Aleisteir Crowley e na igual admiração que Robert Plant tinha
pelos livros do Tolkien, O senhor dos Anéis
seria o livro em questão. A grande verdade é que é uma das sequencias melódicas
mais viciantes do rock, a primeira parte ao pretender e conseguir relaxar os
sentidos acaba nos preparando para o final apoteótico. A música mais
emblemática do Led Zeppelin jamais passa despercebida a qualquer ouvido
treinado, atento as belezas naturais do mundo das artes.
06.
Bohemian Rhapsody (Queen)
Diz a lenda que
ela veio completa, inclusive com os detalhes do arranjo. Bohemian Rhapsody é
uma obra prima advinda do gênio de Freddie Mercury. A inovação proposta pelo
arranjo assustou o empresário da banda Pete Brown, a banda conseguiu que o
single fosse experimentado com antecedência por um Dj, não deu outra acertaram na
mosca. A instigante junção de rock com a ópera foi para o topo das paradas,
catapultou os caminhos sonoros e mercadológicos da banda para patamares nunca
imaginados por eles. Apesar da letra pouco dizer os trechos distintos da música
tornou ela para milhares de fãs como a música mais importante da banda.
05.
Another Break In The Wall (Pink Floyd)
Pergunte a
qualquer ser humano destituído de qualquer informação pop em toda sua vida.
Qual música vem a sua mente quando o assunto é rock’n’roll? Indubitavelmente
Another Break In The Wall do Pink Floyd será a música citada. Hino
incomensurável de gerações passadas e certamente geração futuras, a composição
de Roger Waters tentava um acerto de contas tardio com a formação estudantil
opressora do período escolar. Não podemos esquecer que se não fosse o solo
fenomenal composto por David Gilmour, seria pouco provável a vingança da poesia
contra a intolerância da sociedade tradicionalíssima da terra da Rainha.
04.
Boys Don´t Cry (The Cure)
Quando Robert
Smith compôs Boys Don’t Cry com a tentativa de inserir o The Cure num meio mais
pop, lá pelo final dos anos 70. Nem passava pela sua cabeça que a música só
iria se tornar uma canção símbolo de sua geração por volta de 1986. É de longe
a música que mais sintetiza o rock das bandas inglesas dos anos 80. A intenção
era não se livrar totalmente da carga tristonha proposta pelo gótico, mas
flertar com algo mais pop e comercial. Na década de 90 a música fez parte da
trilha sonora de um filme estrelado por Hilary Swank ajudando a confirmar sua
importância para uma nova geração que se auto intitulava a geração indie.
03.
Sunday Bloody Sunday (U2)
Os ridículos acontecimentos
ocorridos na Irlanda que ficou conhecido mundialmente como Domingo Sangrento. Foram inspiração para uma das músicas de
protesto mais importantes do rock. Sunday Bloody Sunday foi a música que alçou
o U2 ao patamar das grandes bandas de rock. Não existe fã de rock’n’roll que
não se emocione com as partes da bateria citando a marcha marcial e os acordes
da guitarra de The Edge fazendo alusão a tiros de metralhadora. Hino fundamental
do rock de ontem, hoje e sempre.
02.
Smell Like Teen The Spirit (Nirvana)
Qual a
possibilidade de uma música mudar o status quo e influenciar na vida das
pessoas? Até antes do ano de 1991 com o lançamento do cultuado Nevermind da
banda de Seattle Nirvana, acreditamos nós era remota. Essa música provou para
todos no mundo da música em geral, que a música bem como preconizava Lennon
anos antes, poderia sim modificar a vida das pessoas. A ideia da letra surgiu quando
a vocalista da banda Bikini Kill escreveu na parede “Kurt Smell Like Teen Spirit”, essa foi a deixa para sua tentativa
de criar a melhor de todas as canções pop. A principio um riff de quatro
movimentos e uma bateria destruidora por detrás, mas faltava algo Cobain
acertou com os outros desacelerar algumas partes e bingo estava composta uma
das músicas mais importantes da história do rock. Um grande hino cantado em
uníssono naquele ano de 1991 por roqueiros ao redor do mundo inteiro. Na frase
escrita na parede ela se referia a um desodorante que supostamente seria o
cheiro de Kurt Cobain, ele transformou essa espécie de comentário num mecanismo
de modificação da nossa realidade.
01. Fake Plastic Trees
(Radiohead)
Quando essa música surgiu como pano de fundo
de uma propaganda do ministério da saúde sobre a síndrome de down, poucos
amigos meus da escola sacaram que aquilo se tratava de outra coisa, um tema
totalmente diferente da temática especial da propaganda. Quando Creep explodiu no mundo inteiro no
inicio da década, nem passava pela minha cabeça que a mente sui generis de Thom
Yorke, ainda nos daria músicas de igual proporção, porém abordando assuntos
mais sérios e importantes como o distúrbio do consumo desnecessário e
desacerbado. A balada faz parte do
grande álbum The Bends e tem um clip bastante característico com direito a Thom
Yorke tristonho e acabrunhado dentro de um carrinho de compra de supermercado. Por
esse e outros motivos eles são em minha opinião a banda que mais representa a
contemporaneidade.
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