RAUL
SEIXAS E AS GRANDES PARCERIAS DE PAULO COELHO A MARCELO NOVA
Desde o lançamento de Krig-há bandolo até o disco derradeiro
lançado dias antes da sua morte Panela do
Diabo, Raul Seixas sempre teve como forte característica em sua trajetória
grandes parcerias, dentre as quais as principais foram com o mago e escritor
Paulo Coelho, o compositor Claudio Roberto e por fim o roqueiro e ex-lider da
banda de rock Camisa de Vênus.
A discografia de Raul Seixas
é contida de grandes álbuns, a fase áurea se deu na década de setenta, todos
como sem exceção são recheados de canções atemporais. Mesmo depois de 26 anos
da morte do artista é impressionante a força que essas canções possuem no
imaginário do povo brasileiro em geral. Talvez nenhum outro artista em solo
nacional tenha conseguido a façanha de agradar todas as classes sociais, num período
onde ainda vivíamos o apogeu da industria fonográfica, Raul Seixas em diversos
momentos da carreira esteve no topo da lista dos mais vendidos.
HISTÓRIA
E FILOSOFIA AO ENTENDIMENTO DAS CLASSES MAIS BAIXAS
Diz a lenda que Raul Seixas
no período de ostracismo quando retornou a Bahia no final dos anos sessenta
passava dias lendo filosofia, história, ontologia, literatura, segundo ele
mesmo isso causou nele uma miopia acentuada. É perceptível a influencia dessas
leituras em canções como Ouro de Tolo, Eu
nasci há dez mil anos atrás, Al Capone, Gitã e outras. O que impressiona é
a capacidade de composição que Raul possuía por saber como um verdadeiro
alquimista incutir essas informações em letras de fácil compreensão, letras
essas que chamavam a atenção de empregadas domesticas a intelectuais acadêmicos.
Um verdadeiro mestre na arte de propagar informações com alto alcance popular,
talvez tenha sido esse o receio da ditadura militar quando após o lançamento da
Sociedade Alternativa se sentiu obrigada a deportar Raul Seixas para fora do
Brasil.
CANÇÕES
DE CUNHO ECOLÓGICO, POLITICO E EXISTENCIAL
Nesse mix de informações
propagadas por ele em grandes canções, Raul Seixas condensou influencias de
Beatles, Bob Dylan, Elvis Presley, Luiz Gonzaga, bolero e musica latina. Talvez
tenho sido esse o segredo do grande alquimista sonoro quando o seu intuito era
se tornar o mais popular possível, mas sempre com qualidade nas temáticas das
canções. Um dos primeiros a chamar atenção aos problemas climáticos tão em voga
na atualidade, podemos perceber isso na canção Peixuxa uma parceria dele com Paulo Coelho.
A pegada política é bastante
visível em canções como Aluga-se, Cowboy
Fora da Lei e Mamãe eu não queria.
Um traço marcante no Raul
Seixas compositor são as canções com temáticas existenciais, canções como O homem,
E sou egoísta e Metamorfose Ambulante.
A
LACUNA DEIXADA PELO MALUCO BELEZA NA MPB EM GERAL
Com a morte prematura no ano
de 1989 de dois grandes nomes do rock nacional, Cazuza e Raul Seixas ao que nos
parece fecharam um período áureo da musica brasileira que durava desde o inicio
da bossa nova. Logo depois da morte dos dois ídolos teve inicio os anos noventa
onde o apuro nas letras e as grandes referências pouco importavam, as rádios e
TV começam a ficarem infestadas de ritmos como pagode e axé, onde a temática
das canções eram recheadas de informações esdrúxulas e rompantes românticos de
quinta categoria. Foi visível a queda na qualidade poética das letras, de lá
pra cá o rock nacional em si nunca mais foi mesmo com exceção do Mangue-Beat
que revolucionou na estética e na junção dos sons regionais com rock em geral,
mas se formos analisar a coisa por esse viés o próprio Raul Seixas já havia
aliado rock com baião com bastante propriedade anos atrás.
Documentário o Inicio, o Meio e o Fim
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