22 de ago. de 2015

RAUL SEIXAS – 26 ANOS SEM O MAIOR ARTISTA DA MÚSICA BRASILEIRA - PARTE 02


RAUL SEIXAS E AS GRANDES PARCERIAS DE PAULO COELHO A MARCELO NOVA


Desde o lançamento de Krig-há bandolo até o disco derradeiro lançado dias antes da sua morte Panela do Diabo, Raul Seixas sempre teve como forte característica em sua trajetória grandes parcerias, dentre as quais as principais foram com o mago e escritor Paulo Coelho, o compositor Claudio Roberto e por fim o roqueiro e ex-lider da banda de rock Camisa de Vênus.


A discografia de Raul Seixas é contida de grandes álbuns, a fase áurea se deu na década de setenta, todos como sem exceção são recheados de canções atemporais. Mesmo depois de 26 anos da morte do artista é impressionante a força que essas canções possuem no imaginário do povo brasileiro em geral. Talvez nenhum outro artista em solo nacional tenha conseguido a façanha de agradar todas as classes sociais, num período onde ainda vivíamos o apogeu da industria fonográfica, Raul Seixas em diversos momentos da carreira esteve no topo da lista dos mais vendidos.


HISTÓRIA E FILOSOFIA AO ENTENDIMENTO DAS CLASSES MAIS BAIXAS

Diz a lenda que Raul Seixas no período de ostracismo quando retornou a Bahia no final dos anos sessenta passava dias lendo filosofia, história, ontologia, literatura, segundo ele mesmo isso causou nele uma miopia acentuada. É perceptível a influencia dessas leituras em canções como Ouro de Tolo, Eu nasci há dez mil anos atrás, Al Capone, Gitã e outras. O que impressiona é a capacidade de composição que Raul possuía por saber como um verdadeiro alquimista incutir essas informações em letras de fácil compreensão, letras essas que chamavam a atenção de empregadas domesticas a intelectuais acadêmicos. Um verdadeiro mestre na arte de propagar informações com alto alcance popular, talvez tenha sido esse o receio da ditadura militar quando após o lançamento da Sociedade Alternativa se sentiu obrigada a deportar Raul Seixas para fora do Brasil.

CANÇÕES DE CUNHO ECOLÓGICO, POLITICO E EXISTENCIAL


Nesse mix de informações propagadas por ele em grandes canções, Raul Seixas condensou influencias de Beatles, Bob Dylan, Elvis Presley, Luiz Gonzaga, bolero e musica latina. Talvez tenho sido esse o segredo do grande alquimista sonoro quando o seu intuito era se tornar o mais popular possível, mas sempre com qualidade nas temáticas das canções. Um dos primeiros a chamar atenção aos problemas climáticos tão em voga na atualidade, podemos perceber isso na canção Peixuxa uma parceria dele com Paulo Coelho.


A pegada política é bastante visível em canções como Aluga-se, Cowboy Fora da Lei e Mamãe eu não queria.





Um traço marcante no Raul Seixas compositor são as canções com temáticas existenciais, canções como O homem, E sou egoísta e Metamorfose Ambulante.







A LACUNA DEIXADA PELO MALUCO BELEZA NA MPB EM GERAL



Com a morte prematura no ano de 1989 de dois grandes nomes do rock nacional, Cazuza e Raul Seixas ao que nos parece fecharam um período áureo da musica brasileira que durava desde o inicio da bossa nova. Logo depois da morte dos dois ídolos teve inicio os anos noventa onde o apuro nas letras e as grandes referências pouco importavam, as rádios e TV começam a ficarem infestadas de ritmos como pagode e axé, onde a temática das canções eram recheadas de informações esdrúxulas e rompantes românticos de quinta categoria. Foi visível a queda na qualidade poética das letras, de lá pra cá o rock nacional em si nunca mais foi mesmo com exceção do Mangue-Beat que revolucionou na estética e na junção dos sons regionais com rock em geral, mas se formos analisar a coisa por esse viés o próprio Raul Seixas já havia aliado rock com baião com bastante propriedade anos atrás. 

                                              Documentário o Inicio, o Meio e o Fim

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