Por Natan Castro
Há exatamente 26 anos morria
o maior artista desse país, Raul Santos Seixas foi encontrado morto em seu
apartamento no centro de São Paulo no dia 21 de Agosto de 1989 por sua
empregada, diz à lenda que Raul Seixas teria morrido abraçado com a foto de
Elvis Presley. A lacuna deixada no rock brasileiro pelo seu desparecimento é
abissal, dificilmente outro artista de rock ou da própria MPB conseguirá suprir
a falta que o maluco beleza faz em nossa música. Durante todo o fim de
semana o Blog tempodemúsica estará
homenageando Raul Seixas, com matérias sobre sua brilhante trajetória no mundo
do rock e em nossas vidas em geral.
RAUL
SEIXAS E A INFLUÊNCIA AMERICANA EM SUA FORMAÇÃO.
A adolescência de Raul
Seixas foi em Salvador sua cidade natal. Por volta dos 12, 13 anos Raul passou
a ter contato com filhos de americanos que trabalhavam na Embaixada dos E.U.A
na Bahia. Esse contato foi imprescindível na formação musical de Raul, pois naqueles
anos o mundo começava a viver os primeiros anos do pós-guerra e toda a
juventude em geral havia abraçado o rock’n’roll como ritmo predileto, além de
todas as outras mudanças de atitude que o mesmo propunha, ouvir rock naqueles
anos era sinônimo de ser jovem. Por conta dessa aproximação Raul Seixas passou
a se familiarizar com a língua Inglesa e conseguintemente com o rock, pois
foram esses amigos que lhe apresentaram ao gênero e lhe emprestaram os álbuns recém-lançados
de Elvis Presley, Fats Domino, Chuck Berry, Jerry Lee Lewys e outros. Logo
depois Raul junto de seu amigo Waldir Serrão montaram o Elvis Rock Club que foi
talvez o primeiro fã clube de Elvis Presley no Brasil.
RAUL
SEIXAS E OS THE PHANTERS
Mais tarde já sabendo tocar
alguns acordes, Raul Seixas se junta a outros amigos que curtiam rock’n’roll na
cidade e monta o grupo que ficou conhecido pelo nome de Raulzito e os Panteras, esse conjunto rodava o interior da Bahia
realizando diversas apresentações sempre com bastante sucesso. Em meados dos
anos sessenta o astro da Jovem Guarda Jerry Adriani em passagem pela capital
bahiana teve problemas com sua banda de apoio, por conta disso foi apresentado
ao grupo de Raulzito para realizarem uma audição na possibilidade de
participarem como banda de apoio nos shows do cantor na Bahia. A banda de Raul se saiu super bem,
pois conforme disse Jerry Adriani anos depois, “eles sabiam todo o repertório de rock’n’roll da época, por isso ficou
bastante fácil o acompanhamento deles nos meus shows.” Por conta do ótimo
desempenho Jerry convidou a banda a irem para o Rio de Janeiro com o intuito de
divulgarem eles e ajudar os baianos a gravarem seu primeiro e único disco. E foi
isso que aconteceu, mas infelizmente o disco não vingou e anos depois por volta
de 1968 o conjunto foi obrigada a retornar a Salvador.
O
RETORNO COMO PRODUTOR DA GRAVADORA CBS
Após esse retorno Raul
Seixas passou um período em profunda depressão, dizem os relatos que passava
dias trancado dentro de um quarto e recebia a comida pela janela. Certo dia
bate na porta de sua casa na Bahia um amigo dos tempos do Rio de Janeiro que
trabalhava na gravadora CBS, e o convida para trabalhar no Rio de Janeiro como
produtor da gravadora, produzindo e compondo canções para alguns artistas,
alguns inclusive da Jovem Guarda. É desse período sucessos como Doce Doce Amor sucesso na voz de Jerry
Adriani.
A
MORTE DO PRODUTOR RAUL SANTOS SEIXAS E O NASCIMENTO DO ARTISTA RAUL SEIXAS.
Diz a lenda que por volta de
1972 Raul aproveita a viagem do presidente da gravadora para os E.U.A e realiza
a gravação do álbum conceitual chamado Sociedade da Grã Ordem Kavernista Apresenta Sessão das Dez nesse disco
o roqueiro além de cantar ele também é produtor, outros artistas participaram
do disco eram eles Sergio Sampaio, Miriam Batucada e Edy Star, o álbum é
considerado um dos melhores discos dos anos setenta na música brasileira. Mas apesar
de ser considerado pela critica como acima da média o presidente ao saber da
façanha realizada por Raul sem sua autorização o manda embora da gravadora. Logo
depois Raul apresenta algumas de suas composições próprias ao diretor artístico
e musico Roberto Menescal que de pronto aprovou o que ouviu, essas canções
fazem parte do primeiro disco de Raul Seixas denominado Krig-Há Bandolo o álbum
inteiro é recheado de canções clássicas. Esse disco marca o inicio da carreira
de Raul Seixas o artista solo e o desaparecimento do produtor de sucesso que
foi desde seu retorno ao Rio de Janeiro.
Raul Seixas no festival Phono 73 (o inicio)
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