A revolução tecnológica
ocorrida nos últimos trinta anos em muito se deve a contribuição trazida por
jovens estudantes que na virada dos anos 60 para os 70, amavam computação na
mesma medida que amavam seus heróis da música. Steve Jobs e Steve Wozniack as
duas cabeças pensantes por detrás da revolução do computador pessoal, eram ambos
amantes de ídolos do rock, fãs assumidos de Beatles e Bob Dylan. Ambos
piratearam ainda nos anos 70 diversos áudios de concertos de Bob Dylan, tudo
isso muito antes do boom da troca livre de música pela internet nos anos 90.
No final dos anos
90 e inicio dos anos 2000, a indústria fonográfica se encontrava encurralada em
âmbito mundial. O motivo era o crescimento substancial de downloads de músicas causados
pelo surgimento de programas como o Kazaa, Napster e
outros. Em contra partida a queda na venda de cd`s só aumentava. Por volta de
2002 diretores de grandes gravadoras como Sony Music, Warner e Universal foram
pedir o auxilio da Apple para evitar o que seria a possível pulverização da própria indústria
fonográfica. A princípio Steve Jobs desejou saber como eles imaginavam travar
uma batalha capaz de reduzir ou acabar com os downloads ilegais de música. Após
ouvi-los alertou a todos que caso continuassem com aqueles planos a indústria sucumbiria
fatalmente em poucos meses.
Depois de uns
dias pensando sobre o assunto, Jobs percebeu que a saída estava na tradição que
ajudara a criar no âmbito da sua própria empresa a Apple. Desde os inicio dos
trabalhos da Apple na indústria de computadores, o mago da tecnologia sempre
teve certeza que o futuro de sua empreitada estava ligada a certeza de nunca
ter a patente de seus produtos plageados por nenhuma outra empresa de
tecnologia. Essa cultura de proteção imposta por Jobs desde o nascimento da
Apple seria a saída para a indústria fonográfica. Em suma a sua ideia era
vender as músicas dos artistas de forma unitária dentro de uma plataforma na
internet, até ai todos concordavam, mas algo causou o estranhamento das
gravadoras e dos artistas em geral, na visão de Jobs as músicas seriam vendidas
cada uma por 99 centavos de dólar. A ideia de Jobs era oposta a uma tradição da
indústria de vender álbuns, que possuíam muito mais de uma música. A verdade
que o pai do iMac já tinha todo plano definido em sua cabeça, a música vendida
por 99 centavos de dólar na iTunes Store, estaria protegida de downloads
indevidos pelo motivo de somente poder ser copiada para dentro de IPods
(tocador de música da Apple) e iMacs (Versão moderna do primeiro computador
pessoal criado por Jobs no inicio dos anos 80). Ou seja, desta forma ele
ficaria com 5% das vendas das músicas, 70% iria para as gravadoras e o restante
para os artistas. No lançamento do iTunes Store em 2003 Steve Jobs chamava a
atenção que na verdade nenhum fã de música desejava roubar músicas em formato
digital, mas até aquele momento eles não tinham outra opção, com a chegada da
plataforma da Apple as coisas mudariam e de fato mudaram. Após seis dias do lançamento
do iTunes Store a plataforma já havia vendido 1 milhão de músicas, no seu
primeiro ano de existência alcançou a marca de 70 milhões de musicas vendidas. Ajudando
a salvar a indústria da música Jobs ajudou também a alavancar também a venda de
iPods e iMacs ganhando talvez bem mais que as gravadoras, uma verdadeira jogada
de mestre. Além é claro criar o cerne daquilo que seria o retorno da
rentabilidade das grandes gravadoras depois de muito tempo, o atual fenômeno do
streaming.
Natan Castro
- Editor
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