30 de set. de 2015

A Santa Trindade da Genialidade Psicodélica


ARNALDO BAPTISTA (OS MUTANTES)

Por Natan Castro

Arnaldo Baptista é a força criativa por detrás de uma das maiores bandas de rock de todos os tempos, a banda brasileira de rock Os Mutantes. Ele juntamente com seu irmão Sergio Dias e a cantora Rita Lee revolucionaram a musica brasileira na década de sessenta, quando resolveram unir musica brasileira e latina com os fundamentos da psicodelia. A banda hoje goza no mundo a fora da fama de banda mítica da lisergia mundial, tudo isso muito se deve ao trabalho de resgate da sonoridade de artistas e bandas brasileiras realizados por David Byrne do Talking Heads e do músico Arto Lindsey ainda nos anos 80. No inicio da década de 90 os discos da banda começaram a serem reeditados em CD´S causando muito buxixo no meio dos colecionadores de discos raros e do próprio rock alternativo americano e europeu. Nomes como Kurt Cobain e Sean Lennon deram declarações publicas de reverencia a Arnaldo Baptista pelo seu genial trabalho a frente dos Mutantes e também seus registros como artista solo. O próprio Sean Lennon chegou a declarar que Os Mutantes eram superiores musicalmente que os Beatles.

Bandas como Primal Scream, Sonic Youth e Belle & Sebastian e varias outras bandas importantes do rock alternativo citam Os Mutantes como referencia certa em suas carreiras. A figura do gênio do rock hoje comentada no meio musical do mundo inteiro em cima da persona de Arnaldo Baptista é bastante merecida por todos os avanços sonoros propostos por ele na década de sessenta no Brasil. É impressionante as ideias propagadas por ele no período por conta da baixíssima tecnologia que o pais possuía na época para produções de discos musicais. A banda conseguiu criar uma formula própria e bastante peculiar, num período onde a grande maioria roubava ideias de Beatles, Stones e Beach Boys.

Arnaldo Baptista o gênio por detrás da musica dos Mutantes, na virada dos sessenta para os setenta começou a abusar bastante de drogas alucinógenas, mais precisamente do acido lisérgico. No inicio da década setenta era casado com a cantora Rita Lee, nessa época a banda começou a apresentar brigas por conta de possíveis modificações na sonoridade da banda, vivíamos o auge do rock depressivo de bandas como Yes, Emerson Lake & Palmer e Pink Floyd e a maior parte dos integrantes acreditavam que a banda deveria enveredar pelo caminho do rock progressivo, porém Rita Lee era contra, talvez por possuir naquele período pouquíssima desenvoltura com instrumentos e o rock progressivo em si exigir um relativo conhecimento técnico nos instrumentos.

Em 1972 Rita Lee sai da banda e logo em seguida termina o casamento com Arnaldo Baptista. Esse acontecimento causou seríssimos problemas na vida pessoal e na carreira do músico, o uso de ácido fez aumentar depois do divórcio, logo depois ele sai da banda, e inicia uma irregular carreira solo porém sempre lançando discos perturbadoramente geniais. Durante toda a década de 70 Arnaldo Baptista não seria mais o mesmo músico impressionante de anos atrás, somente sua musicalidade continuava criativa a estágios inimagináveis. Mas quem conviveu com ele nesse período lembra de como suas atitudes mudaram bastante, tudo causado pelo uso abusivo da droga, um amigo jornalista lembra que Arnaldo certa vez o convidou para conhecer a nave espacial que ele estava projetando já havia algum tempo. No inicio dos anos 80 seus problemas mentais chegaram ao limite, durante uma internação no hospital do servidor em São Paulo o músico se joga do quarto andar e passa um período em coma. Após sair do coma apresenta sequelas cerebrais seríssimas que o causaram problemas de cognição. Na atualidade o músico vive num sitio em Minas Gerais morando com sua atual esposa, uma fã que cuidou dele desde o trágico acidente tornando-se sua companheira depois disso. Com a fama de gênio da psicodelia obtida nos últimos anos o artista continua lançado discos bastante interessantes e também pintando quadros, segundo ele mesmo um lado de sua persona artística que veio a tona depois do acidente.




ROKY ERICKSON (13TH FLOOR ELEVATORS)


Roky Erickson foi nos anos 60 o líder da banda psicodélica americana chamada 13th Floor Elevators. O jovem do Texas montou a banda com 17 anos junto de alguns amigos, e por volta de 1966 eles gravam o primeiro disco, considerado pela grande maioria da critica especializada um dos melhores álbuns da psicodelia de garagem. No inicio dos anos 70 bandas como a de Roky Erickson passaram a ser influencia para a galera do movimento punk rock Inglês e americano.

Em meados dos anos 80 bandas de garagem psicodélicas como o 13th Floor Elevators foram descobertas por músicos emergentes do rock alternativo e conseguiram obter mais sucesso que nos idos dos anos 60. Com ótimas vendagens de seus álbuns, que chegaram a ser relançados em edições de luxo.

A música de Roky Erickson sempre foi tida por público e critica como uma espécie de apologia esquizofrênica psicodélica, suas letras falavam de discos voadores e toda espécie de assuntos esquisitos. O músico sempre foi desde cedo um alucinado por drogas alucinógenas, durante os anos sessenta foi preso diversas vezes pela policia por porte de drogas e também por perturbação sonora de vizinhança. São famosas as histórias do músico, quando o mesmo resolvia deixar os amplificadores de sua garagem ligados horas a fio, causando transtornos a sua vizinhança, ele também era conhecido por deixar vários televisores ligados em canais fora do ar em volume altíssimo com o intuito de fazer contato com seres extraterrenos.

Durante a década de setenta foi internado diversas vezes em hospitais para doentes mentais, dizem alguns que essas internações muito das vezes era aconselhada pelo seu advogado como forma de fazer o músico escapar de condenações por trafico de entorpecentes. Nessas internações o músico era tratado como doente mental, chegando a levar vários choques elétricos na cabeça e nos testículos. Atualmente o músico se apresenta com um projeto musical capitaneado por ele mesmo. Roky Erickson é um desses gênios da psicodelia que conseguiram com sua música atingir altos patamares de qualidade sonora, mas em contrapartida tiveram suas vidas pessoais deterioradas por essa forma toda especial de observar e viver no planeta.


SYD BARRET (PINK FLOYD)


Syd Barret foi o líder fundador de uma das maiores bandas de rock de todos os tempos, o mítico Pink Floyd. Estudante de engenharia em Cambridge na Inglaterra no inicio dos anos 60, conheceu os outros integrantes da banda e junto deles montou o Floyd. Os fãs devem a genialidade dos dois primeiros álbuns as ideias de Syd Barret, o primeiro disco foi todo praticamente retirado da sua mente sonora que era avançadíssima para a época. O primeiro disco The Piper At Gates Of Dawn é uma obra prima sonora, um dos pontos altos da história do rock e da psicodelia comercial, gravado no lendário Abbey Road o disco levou as últimas consequências as ideias psicodélicas de gente como Lennon & McCartney, Brian Wilson dos Beach Boys e do próprio Arthur Lee do Love. Diz a lenda que os integrantes do Pink Floyd participaram como espectadores da gravação do Sargeant Peppers dos Beatles, a época eles estavam realizando as sessões de gravações do seu primeiro álbum numa das salas do lendário Abbey Road, na folga das gravações eles iam ver a gravação do álbum dos Fab-Four.

Syd Barret participou somente dos dois primeiros discos da banda. Além de compor toda a parte instrumental da banda o guitarrista, também foi a cabeça pensante por detrás das canções quase todas conceituais, o musico sempre foi leitor voraz de literatura de ficção cientifica em especial dos livros do escritor Issac Asimov e suas impressionantes histórias de viagens espaciais interplanetárias. Ainda no final dos anos 60 por conta do uso abusivo de acido lisérgico, o musico foi afastado da banda, nesse período a banda passou a ser liderada por Roger Waters. O estado mental do músico estava se deteriorando por conta das drogas, em varias ocasiões o guitarrista foi se apresentar com os cabelos cheios de uma mistura que seria shampoo com pílulas de ácido, durante algumas apresentações o músico ficava repetindo um mesmo acorde por diversos minutos ininterruptamente. Como disse certa vez o baixista Roger Waters “O Floyd não poderia começar sem a figura de Syd Barret, porém não conseguiríamos continuar com a sua persona integrando a banda’”. A banda continuaria sem ele se tornando um dos maiores nomes da história do rock e da música pop. O músico após o seu afastamento ainda lançou três discos onde se pode perceber a genialidade latente nas canções, esses discos tiveram participações dos músicos do Floyd, a ideia era alavancar uma carreira solo do amigo, porém o estado mental do músico o impediu durante a vida inteira de continuar uma carreira musical.



Em 1975 a banda lançou Shine On Crazy With Diamond, um álbum conceitual em homenagem ao genial músico. Diz a lenda que nas gravações do disco o músico visitou os estúdios, porém quase não foi reconhecido pelos amigos, por sua aparência não ser mais a mesma, nesse período o músico apareceu gordo e de cabeça raspada, o acontecido é lembrado com muita tristeza pelos outros integrantes do Pink Floyd. Depois disso o genial músico se isolou em sua casa na Inglaterra como um verdadeiro ermitão quase sem contato com pessoas que fossem de fora de sua família, vindo a falecer em 07 de Julho de 2006 por conta de problemas de saúde causados pela diabetes. 




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