07ᵃ POSIÇÃO
- MOPHO
Mopho banda de rock’n’roll
de Alagoas, a banda tem suas referencias fincadas em tudo que de bom produziu a
década de sessenta e setenta. A fase lisérgica de Beatles, Pink Floyd,
Mutantes, Rolling Stones e outras grandes bandas ajudaram a turma do Mopho a
arquitetar seu som. Nada mais apropriado que o nome da banda para definir a revisitação
sonora proposta pelo Mopho, o lançamento desse primeiro disco representa uma
espécie de marco no cenário do rock independente nacional, por conta da sua
qualidade, na audição temos a sensação da banda ser de outros
tempos. As referencias desfilam pelo disco, técnicas
de gravação, os arranjos, o visual da banda, as letras bicho-grilo e a surpresa
muito agradável de que existia vida inteligente no rock nordestino, fora de
Recife.
06ᵃ POSIÇÃO
- WADO (O MANIFESTO DA PERIFÉRICA)
Wado é um artista Curitibano
radicado em Alagoas, surgido no cenário independente no final dos anos 90 com o
disco Manifesto da Arte Periférica, o
primeiro disco do artista foi muito bem aceito pela critica e pelo público
independente engajado. Junto da banda Mopho o artista ajudou a colocar Alagoas
no mapa da música independente do país. O disco é uma espécie de manifesto
sonoro que propunha uma diáspora às avessas, ou seja, o centro deveria em certo
momento se voltar para o interior no descobrimento de suas raízes estéticas, artísticas,
visando através desse mergulho uma deflagração de novos caminhos na música
produzida no território nacional. O disco possui uma sonoridade genial, como um
verdadeiro alquimista do som Wado realiza de forma bastante interessante o encontro
do samba e do rock independente com as raízes sonoras regionais nordestinas.
05ᵃ POSIÇÃO - CORDEL DO FOGO ENCANTADO
Quando todos os olhos
estavam voltados para o Mangue Beat de Chico
Science em Recife no final dos anos 90, lá no sertão de Pernambuco na
cidade de Arco Verde um grupo de teatro transformava um espetáculo teatral em
registro sonoro. O primeiro disco do grupo Cordel do Fogo Encantado foi
produzido por Naná de Vasconcelos, talvez pelo fato do grupo não possuir uma
formação clássica de banda de rock, dos instrumentos comumente vistos numa
banda normal, somente um violão era usado pelo grupo, o restante era formado
por uma parede de tambores, o grupo quase que totalmente era um grupo percussivo.
Nos vocais Lirinha um ator que usava
e abusava das técnicas de interpretação circense nas apresentações. Em um determinado
momento o show grupo chegou a ser a mais visceral nos palcos do Brasil, não
deixando a desejar a nenhuma banda de rock pesado. A banda não propunha nenhuma
nova estética, tal qual Wado e o pessoal do Mangue-Beat, mas
ópera-circense-percurssiva proposta pelo grupo, mais uma vez deixou boquiaberto
público e critica demonstrando o quanto o nordeste do pais ainda tem muito a
nos mostrar de verdade artística.
04ᵃ POSIÇÃO - JUPITER MAÇA (A SÉTIMA EFERVESCÊNCIA)
Júpiter Maça é o alter ego artístico
de Flavio Basso, o músico gaúcho advindo da cena roqueira dos anos 80, tem esse
disco citado comumente em diversas listas de melhores discos do rock nacional. Lançado
em 1997 o disco é um passeio no que de melhor produziu a jovem guarda,
movimento mod, rock de garagem e psicodelia. Canções como Miss Lexotan 6mg e Querida Superhist
viraram verdadeiros clássicos do rock independente nacional. Esse disco é
essencial para deseja entender o rock independente tupiniquim dos anos noventa
até dos dias atuais.
03ᵃ POSIÇÃO - AUTORAMAS (STRESS, DEPRESSÃO E SÍNDROME DE PÂNICO)
Autoramas banda liderada
pelo guitarrista Gabriel (ex-Litle Quail), se apresenta em formato trio, teve
nesse disco sua estreia, discaço que merece todas nossas reverencias não só
pela verdade musical por detrás dele, mas também por representar um ponta pé
numa carreira toda voltada a uma trajetória independente. O titulo do disco não
poderia ter sido mais bem escolhido, pois no período do seu lançamento os temas
citados estavam todos em voga, típicos sintomas dessa nossa realidade social
moderna. Canções como fale mal de mim e
carinha triste viraram verdadeiros clássicos da banda, a temática escrachada
das letras é uma marca da banda, que também bebe na sonoridade da jovem guarda,
surf music e nas bandas de garagem do final dos anos sessenta.
02ᵃ POSIÇÃO - RENATO GODÁ (MÚSICA PARA EMBALAR
MARUJOS)
Renato Godá, Musica Para Embalar Marujos apesar de um
disco recente entrou na lista por conta da sua ousadia sonora. É bem verdade
que somente nos meandros da independência artística um artista conseguiria produzir
um disco nesses moldes. No disco Renato mergulha no imaginário dos bordéis,
pubs, esquinas e coisas afins, como o titulo já diz as letras destilam relatos
desses amores incompletos, típicos dos ambientes frequentados por marinheiros,
prostitutas, poetas e toda a sorte de seres que perambulam a margem da sociedade
civilmente organizada. Um dos melhores álbuns que tive a oportunidade de ouvir
nos últimos anos, Renato Godá como bom trovador que é acertou na mosca na
escolha do repertório, quando resolveu mergulhar em referencias que vão de Tom
Waits a música árabe, passando pela musicalidade do leste europeu. As canções
possuem letras fáceis e de pronta assimilação bem aos moldes do artista, que já
há algum tempo transita na cena independente como um dos mais prolíficos da
cena atual.
01ᵃ POSIÇÃO – DR. CASCADURA #1
Pouquíssimas vezes seja no mainstream
ou no território independente podemos ver uma banda tão verdadeira, quando o
assunto é uma sonoridade própria. O Dr. Cascadura banda proveniente da cena do
rock da Bahia, e a nosso ver é a melhor banda independente surgida no cenário
nacional até os dias atuais. A estética
sonora nos remete ao rock anos setenta, de uma pegada roqueira mais largada,
essa banda é unanimidade dentre todos os críticos musicais como uma das
melhores bandas de rock do Brasil. Esse é apenas o primeiro disco, a banda
possui outros, eles são comumente citados por gente como Caetano Veloso, Lobão,
Nando Reis, como uma banda que deveria estar obrigatoriamente tocando em todas
as rádios do país, o que não acontece por conta dessas estratégias de marketing
deturpadas tomadas pelas grandes gravadoras que detém a hegemonia musical no
país. Após a audição do primeiro disco, fica a impressão muito forte, de uma identidade
sonora própria, talvez por conta do vocal marcante de Fábio Cascadura e dos
arranjos básicos que ajudam as canções a ficarem guardadas em nossa memória. A banda
já possui mais de vinte anos de estrada e possui o titulo unânime de uma das,
senão a melhor banda de rock independente do Brasil.
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