Por Natan Castro
Kit
e o inicio na militância rock’n’rool
Kit Boddah é o nome artístico
de José de Ribamar Costa Cavalcante, Maranhense nascido na Ilha de São Luís. O nome
Kit Boddah surgiu ainda nos anos noventa logo após o término das atividades da
banda de rock Los Boddah, a banda basicamente tocava covers do Nirvana e foi
responsável por divulgar e movimentar a cena da musica alternativa naquela
década na capital maranhense, chegando a fazer diversos fás e admiradores que desses
muitos até hoje se lembram da banda com bastante carinho. O nome Kit segundo o
artista é uma brincadeira de significados duplos, ou seja, tanto pode lembrar o
termo americano “kitchen” ou fazer uma alusão ao filosofo Nietzsche. E Boddah
ficou dos tempos da banda cover do Nirvana, a palavra era o nome que o líder da
banda grunge dava para um amigo imaginário na sua infância.
Tive contato pela primeira
vez com a música de Kit Boddah nos anos noventa através de uma amiga de escola,
na época estávamos envolvidos na organização de uma equipe de feira de ciência
que trataria de dois estilos musicais, o primeiro era o rock e o segundo o
reggae muito em voga a época no estado. Eu e essa amiga levamos então Kit
Boddah para se apresentar na tal feira de ciências, a apresentação foi um
sucesso, pois o mesmo tocou muitas canções do faladíssimo Nirvana Unplugged in
New York de 1993, os clássicos do Nirvana em versões acústicas estavam na ponta
da língua da grande maioria dos adolescentes ludovicenses naquele ano. O tempo
passou e já no final da década de noventa estava eu mais envolvido com a cena
rock na cidade e algumas vezes mantive contato com artista, estive no lendário
show dos Los Boddah numa casa de show muito conhecida naquele período entre o
pessoal do movimento reggae chamada Equator, esse talvez tenha sido o ponto
alto da trajetória do Los Boddah, um show com um público considerável e sedento
de muito rock e claro grunge de Seattle, um fato curioso desse show foi a
sacada da produção de ter colocado uma gangorra onde a galera podia sentar e se
balançar, lembrando bastante um vídeo do Nirvana onde o Kurt Cobain faz algo
muito parecido. Ainda nesse período tive a oportunidade de assistir os caras no
Bar do Bento reduto underground da turma rockeira da ilha.
Kit
e a passagem para outras sonoridades.
Alguns anos se passaram e
estava eu com os “Goliardos” (grupo de amigos amantes da boa música e de todas
as artes em geral), no projeto reviver no centro histórico de São Luís, quando
alguém na mesa do bar disse que uma banda de reggae começou a tocar num outro bar
chamado ligeiro.com, bem fomos eu e a
trupe e lá levei um susto ao ver Kit Boddah, aquele mesmo vocalista do Los
Boddah de anos atrás tocando ao vivo com uma banda, interpretando clássicos do
reggae roots para uma plateia de um bar praticamente lotado. A minha surpresa
foi gigante, pois o cara e a tal banda Juba de Leão estavam mandando muito bem
tocando hinos do reggae de artistas como Alpha Blondy, Gregory Issacs, Bob
Marley e outros. Depois conversando ele me explicou como surgiu essa nova fase
e me contou de composições próprias nesse formato reggae, em outros momentos
ainda nesse bar tive a oportunidade de conhecer algumas dessas músicas como “Ela
me faz pensar em deus”, “Take me to Zion” e outras, as quais quando a banda
tocava levava a galera ao delírio.
O artista ao lado de Amelinha no Zanzibar (Av. Litorânea)
Kit
Boddah e versatilidade musical a serviço da boa música.
Estamos agora em 2015, e já
tem algum tempo que um grande amigo, jornalista e também artista e compositor
Fernando Atallaia, vem me instigando a escrever um artigo no meu blog em
homenagem aos 25 anos de carreira de Kit Boddah, e cá estou eu com toda
reverência e respeito a esse militante da boa música. Kit Boddah é um dos
grandes artistas musicais que talvez o mundo, nosso país e a maioria dos
maranhenses desconhecem infelizmente, não por sua culpa e sim pela total
indigência cultural que diversas gestões de culturas em nosso estado insistem
em perpetuar a vários anos. Não é duvida nem de mim e nem de ninguém que acompanhe
sua trajetória que esse artista possui material para mais de cincos discos, que
possui apuro técnico, presença de palco, ótimas letras e uma interessante
empatia com o público, atributos esses que se explorados por uma equipe
preparada de produtores musicais, gestores de cultura ou um próprio empresário sério,
fatalmente faria suas canções estarem para além das fronteiras maranhenses.
No momento foi com grande
alegria que soube que os shows de comemoração de 25 anos de carreira de Kit Boddah
está sendo produzido pela Baluarte Produções Artísticas do poeta e músico
Fernando Atallaia. Tive a alegria de ser convidado por eles para assistir o
primeiro show da turnê no Bar Ilha do Chopp no bairro da Cohab e pude mais uma
vez assistir a ótimos momentos de muito boa música, Kit Boddah interpretou
grandes canções de sua autoria como as recentes “Simone” e “Maiobão Linha 2”,
verdadeiras pérolas pop que não deixam a desejar a nenhum grande nome do pop do
mundo na atualidade, quando nos atemos a qualidade sonora e qualidade de letra
de música. Ainda nesse show o artista tocou releituras interessantíssimas para
clássicos de Zé Ramalho, Zé Geraldo, Cazuza, e interpretou diversos sucessos
radiofônicos como This Love da banda Marron Five e Cherish da banda de soul
music The Kool and the Gang. O publico presente no evento curtiu e diversas
vezes solicitou o bis de diversas canções. Segundo a Baluarte Produções
Culturais os shows continuarão e as datas e os horários estarão sendo
divulgados no facebook do artista e no site da produtora. Desta forma deixo
minha dica para aqueles que amam a música feita de coração, com cuidado e inteligência
longe das porcarias que as rádios FM`s da Ilha de São Luís nos oferecem, a
minha dica é esse grande Show de 25 anos de carreira desse espetacular artista,
Mr. Kit Boddah.
Links do Artista:
https://soundcloud.com/kitjubadele-o/capoeira-sinhazinha
http://agenciadenoticiasbaluarte.blogspot.com.br/
https://www.facebook.com/kit.jubadeleao
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