Tom
Jobim, Vinícius de Moraes, Tim Maia, Raul Seixas, Chico Buarque, Lulu Santos,
Roger, do Ultraje a Rigor, Gilberto Gil, Erasmo Carlos, Roberto Menescal,
Carlos Lyra, Marcos Valle, Ney Matogrosso, Baby do Brasil, Marisa Monte,
Arnaldo Antunes, Caetano Veloso, Frejat e Jorge Ben têm algo em comum: todos
trabalharam com André Midani.
Alguns
deles se reuniram recentemente na casa do histórico produtor musical nascido na
Síria, criado na França e apaixonado pelo Brasil, em descontraídos bate-papos
que serão mostrados a partir desta terça-feira, 10, às 23h, pelo canal GNT, na
série André Midani – do vinil ao download.
“Foram nove jantares ou almoços e não tinha uma pauta fixa. Essa
ideia foi maravilhosa, tanto do Andrucha como da Mini [Andrucha Waddington e Mini Kerti, diretores da série] e
sou extremamente grato a eles, que souberam criar junto com os artistas e
comigo um ambiente muito relaxado, tinha vinho, tinha cachaça, uísque e pudemos
revisitar determinados momentos do nosso convívio, como a época da bossa nova”,
conta à Rolling Stone Midani,
personagem determinante para o surgimento do movimento musical que aproximou
samba e jazz, na década de 1950.
“Infelizmente não tivemos
a participação de todo mundo que gostaríamos. Combinar as agendas de artistas
não é muito fácil. Chico Buarque, Lulu Santos e Roger não puderam vir. Lamento
por eles, que são artistas muito importantes, mas lamento ainda mais pelos que
já morreram, como Tom Jobim, Vinícius, Tim Maia e Raul Seixas”, acrescenta ele.
Ainda
assim, os principais momentos da história moderna da fonografia nacional estão
retratados no material, dividido em cinco épocas das quais Midani fez parte, Vinil, Anos de Chumbo, Era de Ouro, BrRock e Download. Os episódios vão ar sempre nas terças-feiras, às 23h.
“Ficou obsoleto, deveria
ser do vinil ao streaming. Mas o nome é por conta dos anos em que trabalhei.
Parei em 2002 e, na época, era o download”, brinca a atração principal do
programa.
Midani
confessa que certas coisas mudaram para pior ao longo dessa linha do tempo, “Na
companhia na qual eu trabalhava o propósito era profano e sagrado, queríamos
ganhar dinheiro, mas tinha que ganhar dinheiro com música de qualidade. Acho
que hoje, sim [o profano fala mais alto]. De
alguns anos para cá, por circunstâncias da internet entrando na vida musical, a
música foi a primeira arte que sofreu o assalto da internet por um lado e da
pirataria física pelo outro.”
Mas ele segue otimista e acredita que Do vinil ao download mostrará como empresas e artistas
podem ter uma convivência culturalmente saudável.
“A gente vê que é possível
ter um relacionamento produtivo entre os negócios e a criatividade sempre que o
patrão está muito atento ao sagrado e ao profano. Foi importante ter feito esse
trabalho porque eu vi que através dos anos, os artistas com os quais eu
trabalhei têm uma visão e uma capacidade de intimidade comigo como eu tenho com
eles. Há uma possibilidade de diálogo franco, criativo e às vezes, até
conflitante.”
Baseado
em livro homônimo, de 2008, a série André Midani – Do Vinil ao Download ainda será divulgada como
documentário, a ser exibido também no exterior.
Fonte: Rolling Stone Brasil
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