Por Natan Castro
Se você fosse convidado a
realizar a façanha de mudar ou acrescentar algo em uma obra prima como O Sorriso de Monalisa de Da Vinci, qual
seria sua reação? Nenhuma? Ou passaria por acessos de desespero, sintomas de
ansiedade, choro desmedido ou algo parecido? De fato, não existe convite mais
inusitado e ousado ao mesmo tempo, mudar ou acrescentar algo em qualquer obra
prima artística soa aos ouvidos de qualquer pessoa sã de um mau gosto enorme. O
disco lançado pelo duo Donald Fegan e Walter Becker em 1977 chamado Aja é uma
dessas obras primas, artigo sonoro de um alto quilate. Segundo alguns esse disco representa para o jazz/fussion/soul o mesmo que o Sargent Peppers representa para rock/pop
em geral.
Pouquíssimas vezes uma banda
conseguiu extrair de seus músicos uma elegância sonora, uma finese, que em
alguns pontos chega a assustar nossos sentidos, confesso que os ouvidos não
preparados pouco irão entender, é necessária sem dúvidas certa bagagem sonora
para traduzir esse banho de música de alta qualidade. Diz à lenda que o duo convidaram críticos para participarem das gravações do álbum em
estúdio, quer algo mais audacioso? O time de excepcionais músicos convidados
para participar é qualquer coisa que impressiona quem conhece a vida pregressa sonora
desses senhores, temos no baixo Chuck Rainey, na bateria Steve Gad, no sax
Wayne Shorter e na guitarra o excepcional Lee Ritenour, além da genialidade dos
verdadeiros culpados por essa sofisticadíssima peça sonora Donald Becker e
Walter Fegan.
Esse disco é daqueles discos
que você dar o play e não consegue passar faixa alguma, pois todas são de uma
beleza hipnotizante e apesar de se passar mais de trinta anos de sua concepção,
a cada audição parece ficar mais belo e exuberante, como certa vez disse um
critico sobre grandes álbuns da música pop, tem discos que são como vinho.
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