24 de fev. de 2015

STEELY DAN - AJA (1977)



Por Natan Castro

Se você fosse convidado a realizar a façanha de mudar ou acrescentar algo em uma obra prima como O Sorriso de Monalisa de Da Vinci, qual seria sua reação? Nenhuma? Ou passaria por acessos de desespero, sintomas de ansiedade, choro desmedido ou algo parecido? De fato, não existe convite mais inusitado e ousado ao mesmo tempo, mudar ou acrescentar algo em qualquer obra prima artística soa aos ouvidos de qualquer pessoa sã de um mau gosto enorme. O disco lançado pelo duo Donald Fegan e Walter Becker em 1977 chamado Aja é uma dessas obras primas, artigo sonoro de um alto quilate. Segundo alguns esse disco representa para o jazz/fussion/soul o mesmo que o Sargent Peppers representa para rock/pop em geral.

Pouquíssimas vezes uma banda conseguiu extrair de seus músicos uma elegância sonora, uma finese, que em alguns pontos chega a assustar nossos sentidos, confesso que os ouvidos não preparados pouco irão entender, é necessária sem dúvidas certa bagagem sonora para traduzir esse banho de música de alta qualidade. Diz à lenda que o duo convidaram críticos para participarem das gravações do álbum em estúdio, quer algo mais audacioso? O time de excepcionais músicos convidados para participar é qualquer coisa que impressiona quem conhece a vida pregressa sonora desses senhores, temos no baixo Chuck Rainey, na bateria Steve Gad, no sax Wayne Shorter e na guitarra o excepcional Lee Ritenour, além da genialidade dos verdadeiros culpados por essa sofisticadíssima peça sonora Donald Becker e Walter Fegan.

Esse disco é daqueles discos que você dar o play e não consegue passar faixa alguma, pois todas são de uma beleza hipnotizante e apesar de se passar mais de trinta anos de sua concepção, a cada audição parece ficar mais belo e exuberante, como certa vez disse um critico sobre grandes álbuns da música pop, tem discos que são como vinho.  



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