10 de dez. de 2014

JOHN LENNON - 34 ANOS SEM O PRÍNCIPE DA PAZ (PARTE FINAL)




O FINAL DE UM CICLO BRILHANTE

Por mais que pareça triste, por mais que seja dolorido para toda uma leva de mentes que foram formadas ouvindo rock’n’rool ao redor do mundo inteiro. A grande verdade é que todo grande movimento, revolução, estilo musical que seja, necessita de seus mártires, e com o rock não foi diferente a morte de Elvis em 1977 e três anos depois com a morte de Lennon. Fechou-se um ciclo, não que antes não tivesse nos deixado outros grandes nomes, como Jim Morrison, Janis Joplin, Jimi Hendrix e dos primeiros rockers como Buddy Holly, Ritchie Vallens e logo depois Gene Vincent. Mas com a despedida de Elvis e Lennon teve fim um período, Elvis era a síntese do estilo em forma de artista solo e Lennon o gênio que forjou junto de outros três a maior alquimia do rock em forma de grupo. 


DE REBELDE A ATIVISTA DA PAZ


Toda a postura deflagrada nos anos cinquenta pelos primeiros rockers em forma de atitude, essa atitude caiu como uma luva nas mãos do jovem Lennon ainda em Liverpool. Lennon já era um rebelde tido a arroubos de violência na escola desde bem pequeno, o poder estabelecido e suas regras nunca foram visto com bons olhos pelo jovem Lennon. Com a chegada dos primeiros discos de rockabilly a cidade portuária de Liverpool Lennon e outros garotos da cidade tiveram naquela sonoridade o sinal de que sim eles poderiam sustentar uma atitude rebelde, pois agora existia uma linguagem por onde todos os rebeldes da face da terra poderiam de certa forma se comunicar. Quando aos 17 anos Lennon perde sua mãe num trágico acidente de carro, aquela foi a deixa para que toda aquela insatisfação com tudo e todos deveria se externar e foi através da música que Lennon encontrou um ambiente propicio para exorcizar seus fantasmas. O resto da história todos conhecemos o maior fenômeno musical de todos os tempos, mas no final dos anos setenta o uso desenfreado de drogas, juntamente a um descontentamento com a indústria musical e vários anos de convivência ininterrupta com os outros Beatles o levou a declarar em 1970 “The Dreams Is Over”. Com essa frase Lennon afirmava que os anos dourados haviam acabado e dali pra frente algo novo deveria começar. A figura de Yoko Ono que a época já era sua companheira foi de extrema importância para que a mudança começasse. Agora ele tinha na figura de Yoko Ono uma mulher e também de uma mãe que sua tia Mimi e a sua própria mãe nunca conseguiram ser. De certa forma o arquétipo da figura maternal que Yoko Ono satisfazia na alma de Lennon, lhe transportou para uma conscientização artística que poucos os artistas da época tiveram. Lennon era o precursor de uma ideia, que é bem verdade Bob Dylan havia iniciado mas, misteriosamente se afastou depois de sofrer um acidente de moto em 1966. Surge então no cenário musical dos anos 70 a figura de um John Lennon pacifista, totalmente voltado para as causas em detrimento da paz, eram tempos de guerra do Vietnã, o movimento hippie tentou, mas pouco conseguiu, Bob Dylan havia desertado, mas Lennon tomou para si o cajado que simbolizava a ideia de paz entre todos os povos do planeta a todo custo. As ideias de Gandhi eram comumente proferidas por Lennon e Yoko, seja quando ficaram dias inteiros na cama em forma de protesto ou quando engrossaram o caldo nos shows e passeatas contra a prisão do líder estudantil John Sinclair. Então o jovem rebelde de Liverpool transformou-se anos mais tarde na maior arma da juventude contra o poder estabelecido, o mesmo poder que insistia em sustentar uma das guerras mais sem sentido dos tempos modernos a ridícula guerra do Vietnã.


O APANHADOR NO CAMPO DE CENTEIO

Mark Chapman o fã que tirou a vida de Lennon em 08 de dezembro de 1980, colocou a culpa no livro do escritor J.D Salinger (O apanhador no campo de centeio). O livro trata da fase adolescente de Houlden Caulfield um jovem rebelde que assim com Lennon na juventude sentia raiva de quase tudo ao seu redor, mas que ao final do livro havia achado um sentido para a vida na relação com sua irmã. Muitas são as teorias de conspiração sobre o FBI ter usado Mark Chapman para retirar Lennon de campo assim como outras, de fato John Lennon sempre foi tido como persona non grata pelo governo americano, na opinião deles Lennon era uma arma poderosíssima capaz de acabar com uma eleição a presidência da republica. Repetindo, todo grande movimento necessita de seus heróis, mártires Lennon conseguiu em uma só existência passar de um anti-herói rebelde do rock a artífice da paz. Assim como disse na famosa entrevista a Rolling Stone “Porque eu deveria voltar aos anos 60? só porque um punhado de saudosistas desejam veemente isso”. Para o poder estabelecido era de lá que Lennon nunca deveria ter saído, mas John Lennon já não era mais o mesmo, assim como o mundo nunca mais foi o mesmo depois daquele 08 de dezembro de 1980.


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