Por Natan Castro
Em 1991 quando do lançamento
do Nevermind eu era apenas um garoto
de 11 anos fá de Star Wars e livros estranhos, à época eu mal conseguia olhar
nos olhos de uma garota por mais de dois segundos, tamanha a timidez que sentia
toda vez que isso acontecia. Os anos se passaram e em 1994 soube da morte de um
tal Kurt Cobain líder e vocalista de uma banda de Seattle nos E.U.A que tinha
um nome muito interessante Nirvana.
No inicio de 1995 um amigo me emprestou uma revista que havia publicado naquela
edição a carta de despedida de Kurt Cobain, no outro dia por interesse e uma
latente curiosidade peguei com esse mesmo amigo emprestado, o falado Nevermind.
Lembro-me de ter passado uma
tarde inteira ouvindo aquele álbum, do inicio ao fim sempre iniciando da
primeira a última faixa. Deitado durante todo o tempo sempre apertava o play do
controle remoto com o intuito de iniciar sempre a audição da faixa inicial. No final
da tarde posso afirmar aqui com toda gama de certeza que eu não era mais o
adolescente que horas antes havia colocado o cd no deck do tocador. Antes eu
era apenas um pré-adolescente depois de Nevermind eu me tornei um adolescente
com poucas horas para adentrar a fase adulta. Essa passagem só se tornou possível
por causa desse álbum. O primeiro impacto sentido veio do vocal de Kurt Cobain,
era diferente de tudo, impressionante como o vocalista daquela banda ia do
timbre visceral de Territorial Pissings,
a um vocal mais singelo e lírico de
Something in The Way ou a própria
Polly. À época já havia escutado Cream
e outros Power-Trio, mas Nirvana era diferente a sonoridade pulsava na minha
corrente sanguínea, de olhos fechados ouvindo Nevermind sempre imaginava uma
travessia e no final um pulo de uma dessas quedas d’águas altíssimas.
Tudo era novo pra mim, a
sonoridade estupenda, por conta das guitarras distorcidas e melódicas de Kurt
Cobain, as linhas de baixo onipresentes de Kris Novoselic e a bateria animal de
Dave Groll. O visual da banda remetia ao punk, mas não era punk propriamente, o
som tinha uma verve pop, mas claro que não era pop propriamente, as letras eram
tristes, mas falavam o idioma de todo adolescente do inicio dos anos noventa no
planeta inteiro e no final a minha constatação era que aquilo era novo, muito
novo sim aquilo era grunge. No outro dia fui com meu amigo em uma das duas únicas
lojas de acessórios de rock de São Luis daquela época e comprei uma camisa
preta com a estampa gigante de Kurt Cobain na frente, junto de alguns
acessórios grunge. Dali pra frente eu não tinha dúvidas do que eu queria ser,
por mais que a vida mudasse em determinadas épocas dali pra frente, mas no
fundo bem no fundo mesmo eu gostava mesmo era de rock, eu fui dali pra frente
um rockeiro, isso que continuo sendo e sempre serei. Nevermind representou o
meu passaporte para a fase adulta da minha vida, disso eu nunca terei dúvidas
nenhuma.
CURIOSIDADES SOBRE O
NEVERMIND
Diz à lenda que a banda possuía
somente três músicas prontas ao entrar no estúdio para gravar Nevermind. Outra informação
é que Kurt Cobain nunca gostava de fazer mais de um take de uma gravação,
forçando o produtor Butch Vig (baterista Garbage) a fazer milagres nas
gravações das faixas. O pai do bebê que tirou a foto na piscina com a nota de um
dólar (capa do disco) ganhou duzentos dólares como cachê. Na época do
lançamento Nevermind ultrapassou Dangerous de Michael Jackson no top 10 da Billboard.
* você pode ouvir o álbum completo no nosso play, na parte superior do blog.
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